terça-feira, 26 de agosto de 2014

Brasil – Onde a Música Erudita não é visada.



Vivemos em um País totalmente desigual em uma realidade distinta dos países europeus, principalmente da Alemanha, Áustria e Itália. Três básicas diferenças podemos notar no quesito Musical apesar das influências:
·        Realidade Musical;
·        Qualidade musical;
·        Gosto Musical, gerando consequentemente a hegemonia;
A Europa é a maior potência em musicalidade no mundo, reúne um acervo ultra panorâmico de materiais musicais históricos e contemporâneos, tanto da música secular como na litúrgica, milhares de orquestras e ilustres compositores como Monteverdi, Bach e Beethoven. Há uma valorização, a Europa lapidou a erudição musical e a erudição lapidou a Europa.
A educação musical sempre esteve no cume, à tarefa de uma parcela significativa das crianças europeias era ir à escola e em casa aprender música, a educação e todos os seus atributos adviriam da arte. A música era vista com muito respeito, a hora de treinar ou tocar era um momento sagrado e de extrema dedicação, com ou sem a ilusão de ser um músico estimado da corte, “brincar” com peças de Mozart, Haydn ou Vivaldi já era utopia.
Mais de 1350 dos principais compositores europeus deixaram um influente legado para o mundo, e principalmente para a Europa. Handel, Chopin, Brahms... Até hoje vivem nos cinemas, teatros, concertos, desenhos e nas ruas, personagens que o tempo e a hegemonia musical formada pelas tendências não conseguiram apagar, a música erudita continua expressa e vívida, a maior herança musical que a Europa poderia ter e usufruir.
No Brasil, vamos tentar entender o porquê de a música erudita ser tão debilitada.
            Brasil, um País de multi: multicultural, multirracial, multiétnico e por ai vai. Povo de muita história e grandes influências do mundo globalizado, no quesito Música, o Brasil é sem dúvida o de maior panorama.
O século XX foi marco e talvez o princípio da revolução da criatividade brasileira, muitos gêneros e subgêneros musicais foram criados através da fusão, isso gerou uma vasta ramificação de estilos e a música erudita tradicional acabou ficando para trás. Mas, por quê? Vamos tentar entender este mistério em duas teses:
·        Quando os padres Jesuítas chegaram ao Brasil em 1549 e logo começaram as atividades envolvendo musicalização social, era algo novo e esplendido, porém com o passar dos séculos, a modernidade musical sob influência de vários aspectos como produtos advindos principalmente dos Estados Unidos e também a novidade da música eletrônica e toda a sua órbita envolvente, a música erudita acabou ultrapassada por um carrilhão de novidades.
·        A música é construída por um MOTIVO, através da história e do contexto sociocultural de cada época, a música erudita foi edificada na Europa em um período de brilho e requinte. Em solo brasileiro, ela venho como um modelo, o seu gênese é Europa e o seu motivo é Europa. Exemplo prático dos dias de hoje é o Sertanejo Universitário, houve um motivo brasileiro para dar gênese ao desenvolvimento do estilo, por esses dois e únicos aspectos, ele é tão forte e denso, que em aproximadamente dez anos já se tem um panorama impressionante de artistas, compositores e fãs do estilo.
Em nossos dias atuais uma parcela significativa de jovens e de adolescentes escutam música com a finalidade de sentir o tempo passar mais rápido, esta artificialidade gera um colapso no discernimento, o gosto escroto por letras pejorativas, insensibilidade ao discernir um gênero musical ao outro, generalização do mesmo, tornando a pensar que tudo é música, mas o que é bom é só “batidão” e letras excitantes. Esse colapso é consequente do fato de não haver uma educação musical generalizada na sociedade, a Europa nos mostra André Rieu enquanto a mídia brasileira nos empurra Valesca Popozuda em pleno horário nobre.  Resumindo em poucas palavras da realidade musical brasileira, a música comercial (expressamente pejorativa) é a soberana. Estamos longe da sonhada hegemonia nacional.
Uma das culturas informais que infelizmente o Brasil aderiu pela insensibilidade é a incompreensão da sociedade, sobre o poder da música, atualmente há um cenário raquítico da música erudita dispersa ao longo do território nacional,e para somar os adeptos são dizimados, consequência da ramificação de gêneros musicais no Brasil.
Há última das diferenças é o gosto musical. A tendência é o modismo, a “glamourosa” vitrine brasileira, a qual em seu ciclo a música erudita nunca esteve na orbita por ser um gênero gringo. A tendência esta expressa no gosto, o qual gerou uma hegemonia, uma placa densa onde a erudição não encontra espaço por não ser um estilo genuinamente nacional.

A cada ano que se passa, a música erudita se distancia da “highway” brasileira, ultrapassada e cada dia menos comum, acha espaço no cenário underground, bradando com toda a sua beleza, peculiaridade, fúria e virtuosismo.  

sexta-feira, 6 de junho de 2014

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA BAILARINOS, MÚSICOS, VOLUNTÁRIOS... PARA O CLIPE "NA BALADA" DO CANTOR LÉO DOBLER

domingo, 4 de maio de 2014

A Música Espontânea

Já imaginou leitor se a música parasse no tempo? Se no Período Renascentista da Europa fosse estabelecida uma lei da corte dogmática, extremamente radical para os compositores, a qual usar a liberdade de expressão, particularismo, inovações seria uma heresia contra um paradigma das cortes? Não sairíamos dos Neumas, ou quem sabe uma notação musical incomplexa e rudimentar. No quesito gênero musical não evoluiria Canto Gregoriano e nem a música do período antigo produzida com Gaita de Foles, Saltério, Alaúde, Cravo e Flauta. Resumindo, a música iria entrar em decadência com o passar do tempo sem a autoria da inovação, tecnologia (Sampler, Sintetizador, Loops, Mesa Digital...) e de muitos fatores que contribuem para ela continuar no ápice, caminhando junto com a evolução.
No cronograma da história, desde o tempo de Johannes Ockeghem, passando por Villa Lobos e chegando aos tempos atuais com Schoenberg (Música Erudita), ou das músicas de Tonico e Tinoco para as músicas do Gustavo Lima (Sertanejo), do som de Jimi Hendrix ao som produzido pelo Linkin Park (Rock), podemos referir-se a música em seu sentido autônomo de compor em duas formas: Como uma folha de papel em branco, ou como uma folha já exemplada. Na folha já exemplada não há espaço para a inovação, o estilo é homogêneo não tem muita variação, esses são estilos que mantem a tradição, já seguem um paradigma, como exemplo tem os gêneros tradicionais: Música Clássica, Medieval, Gaúcha, Samba, Sertanejo Raiz... Porém, na folha em branco abre-se o espaço para a miscigenação, peculiaridade, inovação de ritmos, batidas, suporte tecnológicos, adaptações de melodias, novos contrastes são explanados como uma forma de usar o conhecimento com a criatividade. Comercialmente a “Composição Espontânea” tem por objetivo crucial atingir a juventude em massa, como é o caso dos gêneros contemporâneos rotulados como ‘’Neos’’: Arrocha, Sertanejo Universitário, Pagode, Country, Funknejo... Estilos musicais que vem ganhando adeptos principalmente no Brasil por ser um Pais multirracial e hipercultural.

A autonomia para compor, independe de estilo sempre foi uma característica da música, a inovação deve caminhar com as mudanças do mundo moderno, e nestas catástrofes é inevitável à música não sofrer mutações.

Dúvidas, sugestões, críticas: wagner.musica.estudiotrack70@hotmail.com